Testo: Ary dos Santos, Joaquim Pessoa, Fernando Tordo
No Castelo, ponho um cotovelo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaço o novelo
De azul e mar
À Ribeira encosto a cabeça
A almofada da cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo
Lisboa, menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos veem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira-mar estendida
Lisboa, menina e moça, amada
Cidade, mulher da minha vida
No Terreiro, eu passo por ti
Mas da Graça, eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar
Lisboa, menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos veem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira-mar estendida
Lisboa, menina e moça, amada
Cidade, mulher da minha vida
Lisboa no meu amor, deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa, menina e moça, amada
Cidade, mulher da minha vida